Crime

A cada 5 minutos, uma mulher sofre algum tipo de violência no Rio

Registro consta no Dossiê Mulher, divulgado nesta quarta

Quando os números foram comparados com 2021, houve um aumento de 29,4%
Quando os números foram comparados com 2021, houve um aumento de 29,4% |  Foto: Agência Brasil
 

A cada cinco minutos, uma mulher é vítima de algum tipo de violência no estado do Rio, totalizando quase 80 mil registros nas delegacias de polícia, segundo dados da 17ª edição do Dossiê Mulher 2022, divulgado nesta quarta (8) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). 

Em relação ao perfil, as mulheres com idade entre 18 e 59  anos foram as maiores vítimas em quase  todas as formas de violência, exceto de Violência Sexual, e apenas nos crimes  de ato obsceno as mulheres negras não foram a maioria das vítimas (45,0%).

Em quase todos os delitos  analisados, os principais agressores foram companheiros e ex-companheiros, com  destaque para o crime de violência psicológica contra a mulher (88,6%). As  exceções ocorreram no ato obsceno e importunação sexual, que compõem a Violência  Sexual, e que tiveram desconhecidos como principais autores com 55,6% e 54,2%,  respectivamente. 

 O estudo também mostrou informações sobre feminicídio, que é quando  a mulher é morta em razão da sua condição de mulher. No ano passado, das 85 mulheres  mortas, 54 eram mães, e destas, 37 possuíam  filhos menores de 18 anos. Agravando ainda mais a situação, 21 filhos  presenciaram os crimes. O interior do estado foi a região com maior percentual de vítimas,  (47,1%), seguida pela capital com 29,4%.

Mais de 80% dos autores foram os  companheiros e ex-companheiros, e mais da metade deles possuíam antecedente  criminal - 23 relacionados à violência doméstica, 22 por ameaça, 11 por lesão  corporal e seis por homicídio.

Violência Sexual

A Violência Sexual é uma das mais  graves agressões as quais as mulheres são expostas no dia-a-dia. Apesar de  ainda ser muito associada ao estupro, esta forma de violência engloba outros  crimes como: tentativa de estupro, estupro de vulnerável, importunação sexual,  assédio sexual, ato obsceno e violação sexual mediante fraude.

Arrastada por carro em movimento

Caroline teve escoriações pelo corpo e foi atendida no Hospital Municipal Lourenço Jorge
Caroline teve escoriações pelo corpo e foi atendida no Hospital Municipal Lourenço Jorge |  Foto: Reprodução
  

Um acidente de trânsito  virou uma grave tentativa de feminicídio contra a enfermeira Caroline Cattoni Jaccard, que trabalha no serviço aéreo do Samu-RJ. Um dos envolvidos, Allan Nobre, foi preso em flagrante.

Caroline teve escoriações pelo corpo e foi atendida no Hospital Municipal Lourenço Jorge, também na Barra. Tudo aconteceu no momento em que ela ia para o trabalho. Ao se dirigir aos ocupantes de um carro que havia batido na traseira do seu, a profissional de Saúde foi agredida verbalmente por dois homens visivelmente embriagados. Além de Allan, o médico Sávio Nobre também estava no carro como carona. 

Eles tomaram o celular das mãos de Caroline enquanto ela tentava tirar fotos da ocorrência e, quando ela quis reavê-lo dentro do veículo onde estavam os agressores, teve o braço agarrado e foi arrastada por cerca de 1 quilômetro e arremessada na via pública com o automóvel ainda em movimento. 

Encontrada morta e sem roupas

Vivian Ferreira Fraga tinha 46 anos e era conhecida na região onde morava
Vivian Ferreira Fraga tinha 46 anos e era conhecida na região onde morava |  Foto: Arquivo Pessoal
  

Vivian Ferreira Fraga, de 46 anos, foi encontrada morta, sem roupas e com sinais de violência dentro de uma casa, no Morro do Estado, em Niterói. O principal suspeito de cometer o crime é o marido da vítima, Cosme Edecy de Sousa Queiroz, de 46 anos. Ele foi preso.

Segundo a Polícia Militar, agentes do 12° BPM (Niterói) foram acionados ao local às 12h:30, na Rua Padre Anchieta. Dentro da residência, o corpo da vítima estava na cama de um dos quartos, seminu e com sinais de violência. 

Testemunhas informaram aos militares que o suspeito de ter cometido o crime, marido de Vivian, ainda estaria na comunidade. Após buscas realizadas na região, ele foi encontrado ferido e algemado por populares. Segundo relatos da família, a mulher era agredida constantemente por ele. 

"A gente sentia o comportamento agressivo dele. Ele tinha muito ciúme, batia nela, prendia o dinheiro dela, obrigava ela a usar drogas, mantinha ela em cárcere privado. Ela postava fotos e não ria mais, não tinha mais aquela alegria, mas não contava nada pra gente", contou uma familiar ao ENFOCO.

Com Agência Brasil

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